De Londres, Flavio Brebis,


O lema “Inspire a generation” (Inspire uma geração) dos Jogos Olímpicos continuam por todos os lugares do Reino Unido. Segundo o London Evening Standard, um dos jornais de distribuição gratuita e de grande circulação em Londres, bandeiras estão tremulando nas mais altas montanhas da Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, locais por onde a tocha irá circular até abertura dos Jogos Paralímpicos.
O jornal anuncia ainda que Londres já está preparada. Por sua vez, a prefeitura de Londres trabalha diuturnamente para substituir todos os cartazes e baners. Na ponte London Tower, um dos cartões postais da cidade, já estão instalados os Agitos, o símbolo próprio da versão paralímpica que substitui os anéis olímpicos, e prontos para a abertura dos jogos. 
A mídia tem feito ampla cobertura, incluindo em sua programação eventos que criam o clima de expectativa. Jornais como The Guardian, The Independent, The Sun, canais de televisão como a BBC, iTV e o Channel 4, têm dedicado especial atenção a preparação para os Jogos Paralímpicos.
Às vésperas do início dos jogos, tem sido colocado pelos meios de comunicação em destaque a expectativa de medalhas dos atletas do Reino Unido, números com a expectativa de público (cerca de 2, 5 milhões de ingressos a venda), o número de atletas que já desembarcaram (mais de 2 mil), as mais de 300 cadeiras de rodas e equipamentos de suporte esportivo que também já chegaram a Londres. Os jornais estampam a promessa de jogos espetaculares. Os veículos mais populares e de distribuição gratuita, como o London Evening Standard e o Metro, são leitura obrigatória em todos dos vagões das várias linhas de metrô que cortam toda a cidade de Londres.


Aliás, leitura é um hábito por aqui. As pessoas aproveitam qualquer minuto para atualizar-se e sempre carregam consigo um livro e estão o tempo todo envolvidos em leituras. A propósito, a quantidade de leitores no Reino Unido está estimada em mais de 56,7 milhões, de acordo com o The Galactic Literacy Association.
Desde o início desse ano, a Grã-Bretanha também tem sido palco de um acalorado debate, quando o secretário de Educação, Michael Gove, anunciou a quantidade de livros que devem ser lidos por crianças de 11 anos de idade. Ele acredita que 50 livros por ano é a quantidade ideal. Houve quem discordasse, mas o que é visto todos os dias em Londres são pessoas mais informadas e civilizadas, conscientes dos seus deveres de cidadãos e, nesse ponto, a aula é de civilidade. Além das bibliotecas e livrarias espalhadas por toda cidade de Londres, há

Lema dos jogos “Inspire uma geração” - Foto: Flávio Brebis

uma infinidade de publicações distribuídas gratuitamente, todos os dias, em diversos pontos da metrópole.
Na semana após o término dos Jogos Olímpicos, a mídia ainda contabilizava o legado e publicações de vários formatos foram lançadas, dentre eles o Official Book dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, com horários dos jogos, previsões do evento e perfil de atletas consagrados; um Livro ilustrado da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, com nada mais nada menos que a Rainha Elizabeth II fazendo as honras da casa; o The Ultimate 2012 Olympic Guide, com tudo que se precisa saber do evento: quebras de recordes, atletas que mais se destacaram e a história dos jogos; dentre outros.
O que se percebe por aqui, é que os ingleses querem construir uma imagem de povo que respeita as diferenças, haja vista a quantidade de povos e culturas que aqui convivem, com pessoas falando mais de 200 idiomas nas ruas todos os dias, e querem ser reconhecidos na contemporaneidade como força política e econômica.
Além da celebração e legado dos jogos, os ingleses querem chamar a atenção do mundo para sua face de Estado atualizado e em transformação, que quer continuar no topo das civilizações mais importantes do planeta. Querem aproveitar ainda para prolongar o espírito de satisfação que os jogos proporcionam e assistir às histórias de superação que os atletas paralímpicos trazem na bagagem.

Londres, agosto 22, 2012